quarta-feira, 28 de julho de 2010

C.

É engraçado como a gente pode se apaixonar por alguém que nunca viu antes. Uma pessoa totalmente desconhecida, que vc nem sabe o nome ao menos. Mas aquela pessoa te olha diferente, e tenta chamar sua atenção de alguma maneira que só vc percebe. De repente, mal se dá conta, vc já está sentada ali ao lado, sem conseguir falar uma palavra por conta do nervosismo que lhe consome. A face começa a ganhar uma coloração avermelhada e a ponta das orelhas fervem. O suor começa a lavar seu corpo, mesmo num frio de 14 graus.
Ocorre uma troca de olhares, porque as palavras não chegam até a boca, e o embaraço dessa situação não ajuda.
Alguém precisa iniciar a conversa. As primeiras palavras não passam de trivialidades.
Pensar rápido, não cometer erros, porque no fundo vc quer impressionar. Isso pouco importa, mas é uma boa impressão a que vc pretende deixar nesse primeiro contato.
Rapidamente a conversa começa a fluir e vc só torce para que esse rubor diminua, que não se perceba o tão desconcertada vc se encontra. As idéias começam a brotar na cabeça, tanto quanto o suor que escorre pelo corpo. Mil perguntas a fazer, mas a boca ainda não responde aos comandos e a conversa se torna um monólogo interessante. Talvez um quizz, só perguntas e vc responde, embaraçosamente.
Por mais desconcertante que seja essa situação, é como um caminho que se abre a sua frente, cheio de coisas novas a explorar. Resta só fazer com que a boca responda ao cérebro e esperar mais um momento como esse, torcer para que surja um diálogo e, enfim, o que não passa de suposição se concretizar.

Dublin, 13 de julho de 2010.

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