quinta-feira, 20 de maio de 2010

ID

No início era apenas ANA.
Também já foi Noca, Nita, Nana.
Tão pequena e desengonçada,
Mas sempre esteve rodeada de amigos, família,
das pessoas que lhe amavam.

Foi crescendo e ganhando outros contornos.
Parecia até que as pernas cresciam mais que o corpo.
Ficou grande, ficou forte, ficou larga.
Ocupava mais espaço do que gostaria.
Com toda sua timidez, quase passava despercebida.

Com o tempo, começou a assumir responsabilidades.
E a querer preencher de histórias
O espaço que seu corpo ocupava no mundo.
Cresceu ainda mais, e apareceu!

Se tornou AMÉLIA! Sim, a mulher de verdade!
E assim passou a descobrir o mundo
E descobrir também sua capacidade.
Fez novos amigos, agregou pessoas.
Descobriu o amor e nunca mais foi a mesma.

Nem ANA, nem AMÉLIA, nem mesmo ANA AMÉLIA.
Tentou Amelie, mas também não funcionou.

Sem identidade, descobriu que é cidadã do mundo.
E resolveu se dar asas, voar por aí,
por sobre os mares, campos e montanhas.
Quer sentir a neve!

Se vai voltar? Não sei.
Com mesmo nome? Provável que não.
Mas sempre haverá um pouco de ANA,
de AMÉLIA, de Amelie, em seu coração.