domingo, 6 de março de 2016

Para um amor que ainda cresce aqui

Já faz mais de um mês que te vi. E as lembranças ainda são latentes. O último beijo, o último toque, teu último suspiro embriagada de prazer. Sei que a gente tentou, mas alguma coisa desandou. E não foi culpa de ninguém. As mágoas existiram, mentiras e frustrações. Promessas vazias. Mas em que tribunal se julga um amor que não foi vivido? O tempo é nosso grande juiz. Dá a todos o que plantaram, oportunidade de colher o que cultivaram. E foi realmente amor o que existiu. Só porque teve fim, não ousaria dizer que não foi real. E quem disse que chegou ao fim? Tenho estudado tanto e fixado a clausula "rebus sic stantibus", que que dizer "enquanto durar". E foi lindo, foi intenso, não tenho do que duvidar. Tantas vidas passaram nas nossas depois que a gente se conheceu. E quando foi mesmo que a gente se conheceu? Não sei te precisar uma data. Sei qual o dia que te reencontrei, e que saí de casa dizendo "ela é complicada, não dá pra rolar nada de mais". Talvez eu nunca tenha te dito isso, talvez nunca tenha te dito tantas coisas que pensei a teu respeito e que mudei quando entendi que julgar os outros é uma maneira rasa de viver a vida. Fui tão feliz... e ainda sou, só com a lembrança do teu toque no meu rosto. Nosso primeiro beijo desastrado, e aquela conversa sem fim que não te deixava ir dormir. E depois a gente não se desgrudou mais, nem um dia sequer sem ouvir tua voz. E foi acontecendo, sem querer, a gente se envolvendo... Porque deve ser assim que o amor acontece. E era tudo tão estranho (risos). Como uma sereia, vc foi me encantando... E a gente foi ficando, se envolvendo e se entregando... Também brigamos, terminamos, nos afastamos mas depois voltamos. Era difícil ficar distante. E ainda é. Então viajamos, e foram dias de sonho, lugares dos sonhos, mesmo com grana pouca e alguns perrengues. Mas gritamos alto nossa felicidade e ecoou em corações infelizes. E o seu passado ressurgiu e interrompeu nossa calmaria. Sim! Foi sua escolha, foram suas necessidades, suas questões mal resolvidas postas a prova. Eu paguei caro, vc tb. E devemos estar pagando ainda, mesmo que em suaves prestações. Tentei... Agora falo de mim. E acho que vc tentou também. Nos machucamos, nos magoamos. Talvez eu tenha saído mais ferida. E hoje, te digo, estou refeita. Desmontei e remontei minha vida. E quando penso nesse "fim", não foi dos piores. Já sofri muito mais por criar expectativas. Talvez seja mesmo por isso que tenha sido "tranquilo". Porque desde aquele início, eu sabia que era complicado. Você me viu desfeita, mas eu estava inteira no momento em que a gente se beijou, na primeira vez. Foi naquela hora que eu decidi, é isso que eu quero a partir de agora. E me lancei, me joguei, insisti. E vc, querendo ou não, não sei, me acompanhou. E vivemos dias lindos, experiências incríveis. Manhãs de sol e de chuva. Com sorrisos e atropelos. Fizemos planos, alguns. Mas não nos algemamos. Sempre foi muito livre, muito solto, muito fluido. Hoje, mesmo com esse "fim", o amor ainda habita aqui. Mesmo a "contrario sensu", mesmo que nem vc acredite. Eu vi a fagulha de amor aí dentro dos seus olhos cor de chocolate. Vi a primeira vez em Maracaípe, vi em Cusco, vi na subida da montanha Machu pichu... e na descida tb. Vi mesmo depois do "fim", em cada vez que a gente se encontrava, em cada dia em que vc acordava ao meu lado. Hoje, agora, eu não quero saber como vai ser. Adoro essas surpresas da vida. E pra ser "surpresa" eu não posso interferir. Só sei que mesmo depois desse tempo, que ainda nem é tanto, mesmo com essa distância, que nem é muita, esse amor ainda cresce aqui. Não se preocupe. Não me sinto presa. Me sinto mesmo cheinha de amor pra dar. me sinto plena e completa. Pronta para amar... E o que virá, será novo. E sempre será. Pois mesmo que se tente retomar uma relação antiga, nunca será como antes. O tempo, minha linda, é implacável e parece sempre brincar. Sempre nos traz surpresas, basta a gente acreditar. Prepare seu coração. Depois da tempestade, sempre vem a bonança. ENTREGA, CONFIA, ACEITA E AGRADECE. Pois é na dificuldade que nossa fé cresce. Só me promete uma coisa: que vai se cuidar, que vai olhar mais para vc, que vai sonhar. Sinto falta de sonhos no teu olhar. Porque a gente precisa viver tendo em que acreditar. Meu coração vai ser sempre um porto seguro para vc ancorar. Aconteça o que acontecer, para sempre vou te amar.
Para K.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Aos cinco anos de idade quis ser freira, inspirada por minha tia Ninha e pela influencia que a minha família católica impunha em minha vida. Aos sete, quis ser pianista, depois, cientista. Aos oito, veterinária, e começou minha paixão por felinos. Depois questionava meus pais sobre o que eles queriam que eu fosse, e eles diziam: bancária, e mesmo sem saber, assim quis ser... Mas não demorou muito. Aos treze ou quatorze, conheci a biologia e quis ser bióloga. Me embrenhar no mato e catalogar tudo quanto era bicho ou planta. Queria ser bióloga. E assim sonhei até meus dezessete. Ah, também quis servir à Pátria e tentei concurso para o exercito. Escrevi para o comandante da EsPCEx aos dezesseis, questionando o porquê de recusa do sexo feminino. Tive uma resposta, pasmem. E tentei ainda por alguns anos. Exercito e Aeronáutica. Chegou a hora do vestibular. Passou pela cabeça farmácia, ciências biológicas, fisioterapia, até decidir por odontologia, por influência de outra tia minha, tia Gal. E foi bomba! Prestei Direito na Unicap, porque meu pai insistiu. E passei. Comecei e terminei meio que sem querer. Ainda com muita biologia na cabeça e uma paixão revivida pelo handebol no coração. Veio a OAB e sabe Deus como passei de primeira. Eu não queria nada com a vida. Advoguei um pouco, aprendi muito, conheci muita gente boa... E muita gente ruim também. Fiz concurso para polícia, passei quatro ano esperando. Quando resolvi deixar a pátria e cruzar o oceano, com mês, o Estado de Pernambuco resolveu chamar meus préstimos. Eu voltei, com um aperto no coração. Mas hoje sei que estou no meu lugar, no melhor que eu sei fazer. E depois de tanta peregrinação, depois de tantas dúvidas, sei que é aqui que faço meu melhor e sou apaixonada por isso. Apesar dos riscos, das dificuldades, do dinheiro pouco, das mazelas desse cargo público. É aqui que ero estar. É na segurança pública que quero crescer. É aqui que me realizo. Pois, na verdade, esse sempre foi meu chamado, minha vocação. Onde posso servir, onde posso fazer algo de bom pela humanidade. O que eu sempre quis, o que sempre me foi determinado no meu íntimo, o que Deus me reservou. Sou feliz, é o que tenho a dizer. Do meu sonho de criança, sinto-me realizada!E não posso esquecer que tenho conhecido pessoas maravilhosas nessa jornada.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Sertão

Voltando hoje, depois de alguns anos. Texto antigo, ainda em construção. Mas que vale muito a pena compartilhar. Sertão Só quem esteve no sertão sabe a grandeza daquele lugar. Se embrenhar nas caatingas, ver o pôr-do-sol no horizonte sem fim. A terra é seca, o calor escaldante, mas há aconchego no rosto cansado do sertanejo, que logo oferece uma xícara de café pra quem se aprochegar. Povo mais paciente não existe. Na beira da estrada, nem sequer uma sombra pra aliviar, espera horas e horas uma lotação passar. Isso depois de uma longa caminhada, coisa de duas ou três léguas, que o povo da cidade não sabe contar. O lugar é esquecido, não chega nem água, quanto mais gente interessada em ajudar. Enquanto nas mídias vê-se farras com dinheiro público, ladrão fino de colarinho branco que não pode dividir o cárcere com seus iguais, o povo vive à mingua, e nem sei mesmo se aquilo é vida. Só poeira e mormaço na estrada espinhosa e pedregosa. O mato seco que espera a chuva com tanta paciência quanto o sertanejo. E quando cai uma gota se farta, floresce como se fosse chuva de janeiro. É a vida que fica alí escondida, camuflada no castanho da paisagem.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Futuro do Presente

Por todos os encantos
Me encantarei.
Onde eu estiver, eu sentirei
Sua presença dentro de mim.

Enquanto houver canção,
Eu cantarei.
E quando o amor chamar,
Eu irei,
Buscando sempre seus mistérios desvendar.

Nas armadilhas da vida,
Eu já caí
Muitas desilusões eu já sofri.
Numas até eu me perdi.
Mas agora posso me encontrar,
Pois tenho você para amar.

quarta-feira, 16 de março de 2011

ar condicionado

Estou cheia...
De pensamentos, de sentimentos, de saudades.
Chego na janela e fumo um cigarro.
Ninguém na rua, ninguém para compartilhar.
Permaneço cheia, de cerveja, de fumaça
Só o barulho dos ar-condicionados
Que são tão complexos que
Não sei se continuarm com hífen pelas novas regras,
Ou se flexionam os dois substantivos no plural.
Sei que seus barulhos me preenchem,
E me são suficientes,
Nessa madrugada vazia,
Que não muda e nem acalma,
Meu coração cheio de dúvidas,
Esperando um sinal.
Não sei se espero o dia ou se adormeço.
Me deixo assim, na ventura, nesse "pedestal".

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Em Tempo

É tempo de leveza,
de sentir-se em campo aberto dentro de quarto trancado
de sentir-se de peito aberto em meio a leões enjaulados
e dragões capazes de gerar fogo

É tempo de enfrentar o novo,
de sentir-se livre mesmo de corpo enlaçado,
de pôr-se despida diante de olhos franjados
capazes de enxergar com nitidez as águas outrora turvas de meus vales

É tempo de estar em paz
É tempo de andar em pares
É tempo de estar no tempo em que a fome não se desfaz
Quer-se mais de tudo:
do beijo,
do cheiro,
do gosto,
do mundo

Quer-se mais dos ares:
asas que,
mesmo no compasso dos mais intensos ventos,
não perdem a mansidão da música,
a certeza do retorno,
o caminho do mapa,
a indicação da bússola,
a amplitude do vôo:
é tempo de amar de novo.

(Marina Porteclis)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Poema para alegrar teu dia



Não sei se te interessa saber
Que nesse momento
Tem alguém pensando em você.

E que gostaria de te encontrar
Te dar um abraço
Quem sabe até
Te beijar.

Se você não gostou
Não está mais aqui quem falou
Mas se você me quiser
Prometo não pegar no teu pé.

14/09/2010