sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sem asas


Do que adianta ter um céu inteiro pra voar e não ter mais asas? Entreguei-as junto com minha alma. Agora sou apenas um corpo a vagar, sem recheio, sem anseios, sem verões nem fevereiros. Tudo já não tem a mesma graça, os olhos já não possuem o mesmo brilho. Tudo cinza, são os tons que passam pela minha retina.

Me olho no espelho e não me vejo. Há traços, linhas que não consigo decifrar o siginificado. Uma aparente matéria, sem nome, sem preço, sem endereço. Um conjunto palpável, mas vazio de sentimento.

Sem asas, resta-me caminhar pelas praias, pelos mangues, pelo asfalto. A procura de não sei o quê, que deixei não sei por onde.

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