sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sem asas


Do que adianta ter um céu inteiro pra voar e não ter mais asas? Entreguei-as junto com minha alma. Agora sou apenas um corpo a vagar, sem recheio, sem anseios, sem verões nem fevereiros. Tudo já não tem a mesma graça, os olhos já não possuem o mesmo brilho. Tudo cinza, são os tons que passam pela minha retina.

Me olho no espelho e não me vejo. Há traços, linhas que não consigo decifrar o siginificado. Uma aparente matéria, sem nome, sem preço, sem endereço. Um conjunto palpável, mas vazio de sentimento.

Sem asas, resta-me caminhar pelas praias, pelos mangues, pelo asfalto. A procura de não sei o quê, que deixei não sei por onde.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Insônia

Quase três da manhã e eu aqui rolando na cama sem conseguir dormir. Alguns fantasmas de sempre que continuam a me atordoar. Outros novos (como se não já houvessem suficientes), que chegam pra me acompanhar nessa jornada que é passar a noite em claro.
Deito, rezo, peço a Deus para adormecer. Tudo em vão, porque esses demônios não me deixam, me consomem, e eu mal entendo o porquê.
Todas essas mudanças, na minha vida, em mim, qndo vou me acostumar? A ansiedade das decisões que preciso tomar. Não sei se quero, se adio, se sufoco. Enqnto decido, quem vai perdendo o ar sou eu, me esvaindo nesse oceano de incertezas que é a vida. Procuro minha coragem, não encontro! Procuro minha força, tb não acho. Logo agora que preciso tanto delas, me abandonam.
Encarar a vida, fazer sempre tudo certo, ter responsabilidades pelos atos, ser uma boa pessoa, quem disse que seria fácil? Não é fácil nem ser eu, quem dirá ser a pessoa que eu quero ser! Logo eu que sempre achei que do simples para o complexo havia uma distância tremenda. Lêdo engano! Estão tão proximos que se vc desequilibrar e der um passo pro lado errado, pode colocar tudo a perder. E eu sou uma péssima perdedora!
Só queria mesmo dormir... o sono justo das boas pessoas.
Aí me vem a pergunta: será mesmo que sou uma boa pessoa? Os demonios encostam e começa tudo outra vez.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Cuidados

Vc sempre disse pra eu tomar cuidado e não me envolver demais. Eu sempre achei que estava no controle e nunca liguei mto pra essas coisas.
Na verdade, até hoje eu não entendo como é possível se envolver demais ou de menos. Envolver é sempre envolver, englobar, engolir. E eu fui engolida por um sentimento que foi crescendo aos poucos, nem pude notar. Qndo me dei conta, já era mto tarde pra sair. Eu continuei!
Vivi e senti as coisas mais intensas, exponenciadas com a intensidade da minha natureza. Não sei de vc, porque a gente nunca vai saber o que realmente se passa com o outro. Sei de mim, da chama que se acendeu aqui dentro e me fez sentir viva de verdade. Cada respiração, o ar que entra pelo meu nariz e chega aos pulmões, eu sentia todo o percurso.
Sim, eu fui mto feliz! E ainda sobrou resquícios dessa felicidade que surgiu por sua causa. Não tenho cuidados para isso.
Eu não te dei ouvidos e me dei bem. Mas vc não me escutou qndo segurei sua mão e pedi para fechar os olhos e saltar. Eu fui e vc ficou.
E o mundo todo se abriu a minha frente, uma imensidão de oportunidades. Graças aos cuidados que eu não tive!